Para Ler Ouvindo:
Não há um sem a presença de outro, não se abdica de um em função do outro e, ao mesmo tempo quem os têm não é menos algoz que um masoquista.
Em tentativas de florear pensamentos deparo-me com este texto, discordante em algumas idéias, porém muito bem escrito.
"Art.1 - Todos os amantes, de qualquer sexo, ficam alertados que o amor, além de ser uma bênção, é algo também extremamente perigoso, imprevisível, capaz de acarretar danos sérios. Consequentemente, quem se propõe a amar deve saber que está expondo seu corpo e sua alma a vários tipos de ferimentos, e não poderá culpar seu parceiro em nenhum momento, já que o risco é o mesmo para ambos.
[...]
Determinação final: os feridos por amor, ao contrário dos feridos em conflitos armados, não são vítimas nem algozes. Escolheram algo que faz parte da vida, e assim devem encarar a agonia e o êxtase de sua escolha.
E os que jamais foram feridos por amor, não poderão nunca dizer: "Vivi". Porque não viveram."
(O livro dos manuais - Paulo Coelho)
E seguimos o baile, pois quem trate deste assunto é o que não faltará:
"...Se tu desejas saber o que é o amor
Sentir o seu calor
O amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe o monte a beira mar ao luar
Ouve a onda sobre a areia lacrimar
Ouve o silêncio de um calado coração
A falar da solidão
A penar a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal a dor silente universal
E a dor maior que a dor de Deus
Se tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração
Ouve a inquietação da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Porque ele vive assim tão triste a suspirar
A palpitar em desesperação..."
(Ontem ao Luar - Marisa Monte)
Alguns preferem não o ter, deixar o coração quieto, quase que subordinado as vontades da razão, quase que dando palpites em situações que trazem um pouqinho de emoção, mas sem elevar a voz, pois seria dar ouvidos a quem é forçado a se calar.
Se quiser sorrir, faça-o com lágrimas, se quiser chorar, faça-o com soluços, ria e sorria, como quando brinca uma criança que se machuca, sangra e logo esquece e volta a brincar.
Se, segundo Quintana, amar é mudar a alma de casa, transfere-se então os frémitos de um corpo para outro, quando há a correspondência de tal.
Se com tantos se(s) não se é possível entender, quem sabe viver?
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