Pesquise um Momento...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Indignação... Pensamentos.... e Miséria...

"Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas. Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos. Os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras. Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro. Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados. São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais. A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta. Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo. Resolver, capicce? Extinguir. Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo. Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo. Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia." Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar. Se quiser, repasse, se não, o que importa? O almoço tá garantido mesmo...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

que tipo de gente eu sou?

Que tipo de gente eu sou? sou do tipo de gente que anda rua desviando dos buracos da calçada de pedra portuguesa pra não torcer o pé pela 8ª vez, que leva quase tudo a sério, que adora testar a irritabilidade e lealdade alheia. do tipo que acorda no meio da noite, acende as luzes, procura os mosquitos que perturbam e só dorme depois de exterminá-los. tipo de gente que é compulsiva por música, que ouve rádio/cd/fita o dia todo, que canta mal, mas canta assim mesmo... todo o tipo de música, de maria callas a chiclete com banana.

sou do tipo de gente que chora quando vê novela e que dá risada com cazé peçanha, que acha cinema mudo chato e que não acha graça de charles chaplin. gente que detesta dormir cedo e que acorda antes só pra ver quem está ao lado despertar. do tipo de gente que come sorvete de manga com chocolate, bebe água natural, tem horror a maracujá. sou daquele tipo que entra no cinema pelo lado contrário, que senta na ponta e que não gosta de pipoca.

sou do tipo de gente que ama profundamente, que manda carta, cartão, bilhete, recado, e-mail, que diz "eu te amo", que enche de beijos, que morre de ciúmes e que provoca todo o tempo. sou mesmo do tipo que acha que flor do campo é coisa de defunto, que tem alergia à poeira e que dispensa ladeiras. que não tem paciência pra burrice, que se irrita no trânsito e que critica fanatismo.

sou do tipo de gente desastrada, que deixa gavetas e portas abertas, que não apaga a luz quando sai e que derruba suco na mesa. tipo de gente bem humorada, que joga paciência, que limpa teia de aranha, que sossega com o pôr-do-sol, que trabalha por impulso, que projeta por meses, que realiza em minutos. sou do tipo de gente exigente, detalhista.

sou do tipo que não suporta ver ninguém triste, que adora nostalgia da infância, que topa qualquer coisa pra ver amigo sorrir. que faz árvore genealógica da família, que se mete em briga e que só dorme de luz apagada. mas do tipo mesmo que acredita em fé em deus, que fica vendo a lua nascer, que adora trovões, que não vai a praia, mas também não vive sem o mar por perto.

sou do tipo de gente que sempre acha que as coisas podem melhorar e que adora um elogio sincero. gente que quer reconhecimento, que detesta um lamento e que não sabe nada sobre ciências. do tipo de gente que não lava o cabelo todo dia, que não grita/chora/esperneia na depilação, que não liga pra moda. daquele tipo que faz mil planos pra o prêmio da mega sena, que se imagina no big brother e que responde as perguntas de silvio santos no show do milhão.

sou do tipo de gente que dorme com 2 travesseiros, que digita sem olhar pro teclado, que lê gibi, que faz massagem boa, que não sabe esperar pelo que não ficou de vir. do tipo de gente que quer mesmo é ser feliz!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Monólogo das Mãos de Ghiaroni

Para que servem as mãos? As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever...... As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário; Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena; foi com as mãos que Jesus amparou Madalena; com as mãos David agitou a funda que matou Golias; as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos gladiadores vencidos na arena; Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência; os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte! Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram. A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir; o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar; o honesto trabalhar e o viciado jogar. Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba! Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor. Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros. O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida; a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem. Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas. A mão aberta,acariciando, mostra a bondade; fechada e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza. Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza; doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos. O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade. O noivo para casar-se pede a mão de sua amada; Jesus abençoava com a s mãos; as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes. Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar. Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias. E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem. Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino. E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida. E as mãos dos amigos nos conduzem... E as mãos dos coveiros nos enterram!